Aprender dói – e isso é bom: por que treinamentos que evitam o desconforto geram conhecimento frágil

Nidhi Sachdeva traz para a ATD 25 que quanto mais fácil parecer o processo, mais superficial será o resultado.

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Por Fala T&D, direto da ATD 2025 | Washington, EUA 


A sensação de que “não está aprendendo nada” pode ser, na verdade, o melhor sinal de que o aprendizado real está acontecendo.

Essa foi a tese provocadora da sessão No Pain, No Gain: Why Desirable Difficulties Matter in Training”, apresentada por Nidhi Sachdeva na ATD 2025.

Aliás, o conteúdo trouxe uma mensagem clara aos profissionais de T&D: quanto mais fácil parece o processo, mais frágil tende a ser o resultado, inclusive nos treinamentos.

“O verdadeiro aprendizado não é sobre performance imediata – é sobre transformar a memória de longo prazo”, destacou Nidhi. 

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Desempenho alto, retenção baixa: o paradoxo das experiências suaves 

Segundo os princípios apresentados, o aprendizado duradouro depende de experiências cognitivamente desafiadoras, que forcem o cérebro a buscar, recuperar e conectar informações – mesmo que isso resulte em mais erros no curto prazo. 

A metáfora usada é conhecida: “No pain, no gain”. Mas aqui, o “pain” é o esforço mental, e o “gain” é a capacidade de transferir o conhecimento adquirido para contextos futuros. “Evitar dificuldades é como treinar na academia com carga zero: confortável, mas ineficaz.” 

O que são “dificuldades desejáveis”? 

São obstáculos intencionais no design instrucional, como: 

  • Quizzes que exigem recordação ativa (não múltipla escolha passiva); 
  • Revisões espaçadas ao longo do tempo, em vez de blocos únicos; 
  • Atividades que desafiam a aplicação prática, mesmo com risco de erro. 

Essas práticas diminuem o desempenho imediato, mas aumentam significativamente a força de retenção e recuperação da memória. 

“Performance não é aprendizado. E esquecer não é fracasso”, alfinetou Nidhi.

Além disso, a sessão também trouxe uma distinção crítica: performance visível (o quanto a pessoa “acerta” no momento) não é sinônimo de aprendizado real. Um bom desempenho hoje pode desaparecer amanhã se a memória não foi consolidada. 

Além disso, o esquecimento é normal – e reversível. A chamada teoria do desuso mostra que o conteúdo não desaparece, mas apenas fica inacessível temporariamente por falta de uso. E o recall – ato de resgatar uma informação – é o exercício que fortalece o caminho de volta. 

“Toda vez que você acessa uma memória, ela volta mais forte do que antes”, ensina Nidhi. 

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O papel de T&D: sair do entretenimento e voltar para o aprendizado 

A provocação final de Nidhi foi clara: treinamentos que priorizam a fluidez e o conforto em nome da experiência do participante podem estar sabotando a aprendizagem. O desafio é reposicionar o desconforto como sinal de progresso – e não como falha de design. 

Para isso, os programas precisam equilibrar desafio e suporte, criando contextos onde o erro é visto como parte do caminho – não como obstáculo. 

 

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