Seth Godin na ATD 25: Você é o trânsito

Seth Godin, durante palestra na ATD 25, desafia líderes de T&D a assumirem o protagonismo na transformação

Receba novos conteúdos assinando nossa newsletter:

Índice

Essa provocação do autor e pensador Seth Godin – referência global, com mais de 20 livros sobre marketing, liderança e inovação – não poderia ter sido mais apropriada para a plenária de encerramento da ATD 2025.

Em um evento que reúne profissionais de Treinamento e Desenvolvimento, e líderes do mundo inteiro, Godin lançou um chamado direto e urgente:

Vocês não são vítimas das circunstâncias do mercado, da tecnologia ou da transformação digital. Vocês são os agentes que compõem esse cenário.

Para ilustrar esse papel ativo, Godin recorreu a uma metáfora inspiradora vinda do mundo natural: o “song of increase” das abelhas. Ele contou como, na primavera, uma colmeia bem-sucedida prepara seu renascimento.

A rainha recebe instruções das abelhas donzelas para fertilizar um novo ovo de rainha, as abelhas adultas deixam o ninho em coro, em busca de um novo lar. É uma sinfonia de abundância, renovação e coragem, onde todo o coletivo atua para dar início a uma nova jornada. 

Da mesma forma, os líderes e profissionais de T&D são convidados a “cantar o song of significance” – criar condições para que o trabalho que importa floresça, com propósito e colaboração.

“Temos a chance de fazer parte de algo maior, de construir um futuro onde as pessoas não apenas sobrevivem, mas prosperam em ambientes de trabalho abundantes e inclusivos”, afirmou. 

O que realmente faz o trabalho ser o melhor que já tivemos? 

Em sua fala, Godin compartilhou uma pesquisa com 10 mil trabalhadores em 90 países, que perguntou a eles: qual foi o melhor trabalho que já tiveram? A resposta mostrou que não existe um tipo único de emprego ideal.

Os fatores que definem essa experiência vão além das tradicionais promoções, dos cargos de comando ou da segurança contra demissões – elementos geralmente valorizados pelos gestores.

Seth Godin encerra a ATD 25
Seth Godin encerra a ATD 25

O que realmente importa, segundo os entrevistados, são sentimentos profundos de realização, independência e respeito. “Essas palavras podem não aparecer nas avaliações dos chefes, mas são o que faz o trabalho ser verdadeiramente significativo para as pessoas”, destacou Godin. 

Além da escassez: construir cultura de abundância e liderança verdadeira 

Godin questionou práticas comuns que ainda imperam nas organizações, como a metáfora dos “jogos das cadeiras musicais” que criam escassez, competição e medo – especialmente para aqueles que lideram ou treinam líderes.

“Nossos colaboradores não sonham com escassez. Eles querem abundância”, disse, convidando os presentes a repensar a cultura organizacional e a liderança. 

Segundo ele, a liderança do futuro não é sobre comandar ou controlar, mas sobre abrir espaço e convidar pessoas a se engajarem voluntariamente. “Líderes são aqueles que dizem: ‘Eu vou ali, quem quer vir comigo?’” – em contraste com gestores, que ordenam e esperam obediência. 

Outro ponto essencial da fala de Godin é a necessidade de assumir responsabilidade ativa: “Você não está preso no trânsito; você é o trânsito. Você não está à mercê das circunstâncias; você é a circunstância.” Isso é especialmente relevante para os profissionais de T&D, que atuam diretamente na transformação de pessoas e organizações. 

Criatividade, ambiguidade e a construção da confiança 

<yoastmark class=

Em um mundo onde a mudança é constante e as certezas são escassas, Godin ressaltou que a ambiguidade não é um problema a ser evitado, mas uma condição a ser abraçada. Para inovar e transformar, líderes e equipes precisam aprender a lidar com o incerto.

Isso exige que líderes e equipes criem ambientes que ofereçam segurança psicológica, incentivem o surgimento de ideias, encarem as falhas como aprendizado e promovam riscos inteligentes.

“Nós não somos peças intercambiáveis em um organograma. Cada pessoa pode assinar seu trabalho, tornando-se uma peça essencial e única – um ‘inuksuk’ humano que deixa sua marca”. Godin fez essa analogia ao se referir à tradição inuit de construir marcos de pedras que simbolizam presença e orientação.

Godin reforçou que, para isso, é fundamental cultivar empatia prática e estimular a autonomia. É preciso criar espaços onde as pessoas possam contribuir com autenticidade e sentir que seu trabalho realmente importa.

O desafio da mudança: decisões, tensões e propósito 

O autor também destacou que tomar decisões é um exercício corajoso e que muitas vezes não traz garantias. A liderança, portanto, exige coragem para navegar tensões – que diferem do estresse – e criar condições para que as pessoas se sintam motivadas e conectadas a um propósito maior. 

Por isso, organizações e líderes enfrentam o desafio de construir uma cultura onde façam críticas ao trabalho de forma impessoal e construtiva. Também precisam enxergar a rotatividade não como uma perda, mas como um processo natural, que devem gerir com respeito e intenção.

Ao encerrar, Seth Godin lançou uma reflexão poderosa para os líderes e profissionais presentes na ATD 2025: “Já conseguimos muito, estamos aqui por isso. A questão é: vamos nos importar o suficiente para realmente fazer a diferença?” 

Por fim, essa é uma convocação para que os agentes da transformação no mundo do trabalho assumam seu papel com propósito, criatividade e coragem. É um chamado para que inspirem ambientes onde o trabalho significativo e a inovação prosperem.

Garanta seu e-book da ATD25!

Receba novos conteúdos assinando nossa newsletter:

+ Conteúdos

Seu e-book da ATD está garantido

Você garantiu acesso ao e-book exclusivo da ATD 2025! Ele será enviado para você após o evento, que acontece de 18 a 21 de maio direto de Washington, DC!

Entre no nosso grupo VIP do WhatsApp para receber conteúdos em tempo real, na palma da mão!

Verified by MonsterInsights