Por Fala T&D, direto da ATD 2025 | Washington, EUA
O que leva milhares de profissionais de Treinamento e Desenvolvimento a atravessarem o mundo para a ATD em busca de conhecimento?
A resposta não está apenas nos conteúdos compartilhados ao longo de alguns dias, mas no desejo profundo de ampliar o repertório, essa bagagem única que se constrói ao longo da vida e da carreira, essencial para exercer a profissão de forma plena e criar aprendizagens que realmente transformam.
Aliás, não é raro ver pessoas que, mesmo financeiramente estáveis, com carreiras consolidadas e formações sólidas, buscarem novas qualificações e experiências justamente para ampliar seus conhecimentos e vivências.
Sendo assim, isso mostra que essa bagagem vai muito além da simples aquisição técnica: trata-se de um processo contínuo de crescimento pessoal e profissional, que alimenta a capacidade de inovar e se adaptar em um mundo em constante transformação.
O repertório, para além do senso comum, não é apenas o acúmulo de informações ou experiências isoladas, mas a capacidade integrada de conectar saberes, interpretar contextos diversos e aplicar conceitos de forma flexível e criativa.
Ele é a verdadeira matéria-prima que profissionais de T&D precisam para desenhar soluções eficazes, inovadoras e alinhadas com a complexidade dos ambientes contemporâneos. Essa capacidade de integrar conhecimentos variados e aplicá-los de forma sistêmica é o que o conceito de polimatia, um domínio multidisciplinar profundo, busca capturar.
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O que polimatia?
O termo polímata designa indivíduos que possuem um amplo e profundo conhecimento em várias áreas, capazes de cruzar fronteiras do saber e inovar a partir dessa conexão.
Grandes nomes da história, como Leonardo da Vinci, foram polímatas: uniam arte, ciência, engenharia, filosofia e muitos outros campos para criar obras que ultrapassaram seu tempo.
Portanto, para os profissionais de T&D, cultivar um repertório que se aproxime da polimatia significa estar preparado para enfrentar os desafios multifacetados das organizações modernas, onde aprendizagem, tecnologia, cultura e negócios estão intrinsecamente interligados.
Autores como Howard Gardner, com sua teoria das inteligências múltiplas, e Peter Senge, com o conceito de aprendizagem organizacional, reforçam a importância de desenvolver múltiplas dimensões do conhecimento para formar líderes e profissionais completos.
Aliás, dados recentes da Deloitte apontam que 70% das competências mais demandadas em 2030 envolvem pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional. Essas habilidades complexas são desenvolvidas a partir de um repertório diversificado e constantemente atualizado.
É importante também refletir que nem toda aprendizagem acontece de maneira formal. Muitas vezes, o repertório se amplia ao dialogar com pessoas diferentes, visitar exposições, assistir a um filme ou simplesmente observar o cotidiano com atenção e curiosidade.
Essas experiências, aparentemente desconectadas do ambiente de trabalho, são ingredientes poderosos para enriquecer a visão de mundo. Elas estimulam a criatividade e preparam o profissional para pensar fora da caixa.
Outra reflexão fundamental é que nem todo conhecimento precisa ter um caráter utilitarista ou aplicação imediata para ser valioso. Cada experiência, mesmo que aparentemente desconectada do contexto profissional imediato, contribui para a construção do repertório individual e coletivo.
Essas experiências enriquecem a visão de mundo, ampliam a sensibilidade para a diversidade de perspectivas e nutrem a criatividade, elementos essenciais para inovar e transformar.
Como destaca o filósofo John Dewey, “A educação não é preparação para a vida; a educação é a própria vida.” Ou seja, o repertório se alimenta de cada vivência, leitura, diálogo e reflexão, formando a base para transformações profundas e sustentáveis.
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A importância do repertório para o T&D
No campo do T&D, ter um repertório robusto não é luxo, mas necessidade estratégica. Ele permite entender as múltiplas formas de aprender, adaptar-se a públicos variados, dialogar com as novas gerações e integrar metodologias inovadoras.
Além disso, um repertório vasto é essencial para interpretar dados e utilizar tecnologias emergentes. Também contribui para promover diversidade e inclusão, garantindo que a aprendizagem tenha impacto real no desempenho e nos resultados organizacionais.
Contudo, construir e nutrir esse repertório não acontece por acaso. Requer investimento contínuo em formação, leitura crítica, networking com especialistas e participação em eventos. Também exige troca em comunidades de prática e, sobretudo, uma postura ativa de curiosidade e reflexão constante sobre as próprias práticas.
Como bem diz o educador David Kolb, “O conhecimento é criado pela transformação da experiência”. Ou seja, o repertório se constrói na interseção entre teoria e prática, em um processo dinâmico e pessoal. Por isso, quando milhares de profissionais viajam até a ATD, estão buscando ampliar sua capacidade de conectar, transformar e inovar.
E o seu repertório, T&D?
Mas e você, profissional de T&D, como tem investido na sua bagagem? Tem buscado novas experiências que desafiem e ampliem seu repertório? O repertório que você constrói hoje será a alavanca para transformar a aprendizagem, as pessoas e as organizações amanhã.