Por Fala T&D, direto da ATD 2025 | Washington, EUA
Uma das missões de quem participa da ATD 2025 é lidar com a abundância, mais de 400 atividades ocorrendo simultaneamente: 45 em liderança, 41 em carreira, 24 em designer instrucional etc.
Ou seja, são dezenas de palestras, workshops, trilhas temáticas e experiências acontecendo ao mesmo tempo, todas instigantes e relevantes em algum nível. Mas diante desse cenário, surge um dilema comum: por onde começar? O que priorizar?
Como transformar essa imensidão de informações em aprendizados aplicáveis? Esse desafio reflete uma realidade mais ampla vivida por todos nós em tempos de hiperconectividade e sobrecarga informacional. Não nos falta conteúdo, mas critério para escolher o que realmente importa.
É nesse contexto que a curadoria de conteúdo se torna uma competência estratégica e essencial no campo do T&D.
Assim como um curador de museu seleciona, organiza e contextualiza obras para compor uma narrativa significativa para o público. Ou seja, o profissional de T&D precisa filtrar, combinar e apresentar conteúdos que façam sentido para os aprendizes e para os desafios da organização.
Conheça nossas soluções educacionais
Escolher o mais interessante
Curar conteúdos é mais do que escolher temas interessantes: é construir pontes entre o que está disponível e o que precisa ser aprendido, transformando o excesso em direção.
Essa prática conecta-se ao conceito pedagógico de scaffolding, desenvolvido por Jerome Bruner, que defende a construção de “andaimes” temporários que apoiam a aprendizagem até que o indivíduo ganhe autonomia – e a curadoria de conteúdo cumpre justamente esse papel ao estruturar o caminho do conhecimento, organizando os degraus da aprendizagem.
No universo do T&D, a curadoria responde à complexidade do ambiente corporativo atual: múltiplas gerações, diferentes estilos de aprendizagem, tecnologias emergentes e demandas cada vez mais dinâmicas.
Autores como Clay Shirky, que alerta sobre os impactos da sobrecarga de informação, e Harold Jarche, defensor do aprendizado conectado e personalizado, reforçam que o papel do curador é decisivo para transformar dados dispersos em conhecimento aplicável.
O profissional de T&D que atua como curador contribui para uma cultura de aprendizagem contínua, contextualizada e significativa, oferecendo experiências que não apenas informam, mas transformam.
Garanta seu e-book da ATD
Como fazer uma curadoria de conteúdo?

Para fazer uma curadoria eficaz, o primeiro passo é entender profundamente o público-alvo e os objetivos do treinamento. Com clareza sobre quais competências precisam ser desenvolvidas, quais lacunas existem e quais contextos estão em jogo, é possível selecionar conteúdos que realmente contribuam para o desenvolvimento.
Essa escolha deve considerar não só a qualidade e a credibilidade das fontes. Também a aderência ao momento da organização e a relevância para os aprendizes.
Outro ponto essencial é diversificar os formatos e as abordagens. Portanto, a curadoria não deve se restringir a manuais e apresentações formais. Podcasts, filmes, exposições, estudos de caso, entrevistas, artigos científicos e até conversas com pessoas de outras áreas podem ser fontes riquíssimas de aprendizagem.
Afinal, a construção do conhecimento acontece também na informalidade – e estar aberto a diferentes experiências amplia as possibilidades de conexão e significado.
Por fim, a curadoria deve ser um processo vivo e dinâmico. O mundo muda, as pessoas mudam, e os conteúdos também precisam acompanhar essa transformação.
Então, estabelecer ciclos de atualização, colher feedbacks e manter uma escuta ativa sobre o que funciona e o que precisa ser ajustado são atitudes indispensáveis para garantir que o conteúdo continue relevante e impactante.
A curadoria bem-feita ajuda a tornar a aprendizagem mais fluida, personalizada e estratégica – conectando saberes, necessidades e contextos de forma intencional.
Em tempos de bombardeio constante por dados, links e tendências, o curador guia e ilumina caminhos. Criar percursos de aprendizagem que realmente façam sentido.
Ser um curador de conteúdo é ser, ao mesmo tempo, pedagogo, estrategista e facilitador do desenvolvimento humano.
E você, como tem feito a curadoria dos seus conteúdos? Está ajudando as pessoas a subirem nos “andaimes” certos rumo ao conhecimento que transforma?
Leia mais conteúdos sobre a ATD aqui!