Por Fala T&D, direto da ATD 2025 | Washington, EUA
No ATD25, a sessão “Empoderando Equipes de T&D Solo/Pequenas” foi um verdadeiro mapa para quem atua em departamentos pequenos de aprendizagem e desenvolvimento e deseja ampliar sua influência.
David L. Jackson III, diretor de trajetórias de talentos e aprendizagem da HealthPoint, trouxe insights valiosos sobre como equipes enxutas – muitas vezes compostas por uma ou duas pessoas – podem passar de meros “recepcionistas” da T&D para verdadeiros parceiros estratégicos do negócio.
Guia para pequenos departamentos de T&D se tornarem estratégicos
- Estratégia: o alicerce para impactar o negócio
Jackson foi direto: “Se a sua estratégia de aprendizagem não estiver alinhada com os objetivos de negócios da sua organização, você precisa repensá-la”.
Ele ressaltou que a estratégia deve ir além do básico, promovendo engajamento e retenção de talentos, criando vantagem competitiva para a empresa.
Um ponto que me chamou atenção foi a abordagem sobre o velho medo do “e se treinarmos e os funcionários saírem”. Jackson lembrou que, mesmo que isso aconteça, a organização terá embaixadores externos, pessoas que levarão a marca da empresa para além das paredes internas.
Outro destaque da palestra foi a importância da colaboração: “Se você não estiver colaborando com as partes interessadas, provavelmente estará com dificuldades.”
Ou seja, integrar áreas internas, especialistas e parceiros de negócios é vital para uma estratégia consistente e inovadora – mesmo quando o time é pequeno.
Garanta seu e-book da ATD
- Governança: tomar a decisão certa na hora certa
O conceito de governança foi apresentado não como burocracia, mas como uma ferramenta para dar foco e priorização.
Jackson explicou que, com processos claros, equipes pequenas podem dizer “não” para iniciativas que não entregam valor real para o negócio, poupando tempo e recursos.
Governança bem feita envolve o apoio da liderança executiva e comitês que priorizam projetos, acompanham orçamentos e garantem qualidade.
Essa estrutura, ainda que pareça complexa, é a “estrela-guia” que mantém a T&D no rumo certo. Um ponto prático que me chamou atenção: “Um comitê de governança impede que a T&D diga a um membro da diretoria que sua iniciativa não é prioridade”, criando assim um ambiente de diálogo e alinhamento.
Assista aos episódios especiais do Fala T&D gravados na ATD
- Infraestrutura: a base tecnológica que sustenta o aprendizado
Jackson comparou a infraestrutura de aprendizagem ao “sistema operacional” da T&D. Para equipes pequenas, o conselho foi prático e acessível: comece com um LMS gratuito, se necessário, para validar o valor da ferramenta com dados reais.
Então, depois, munidos desses resultados, fica mais fácil convencer a liderança a investir em plataformas mais robustas.
Além do LMS, ele destacou a importância das ferramentas de criação de conteúdo e das salas virtuais, essenciais para ampliar o alcance e a eficácia dos programas de aprendizagem.
Dicas para o guia de T&D que fazem a diferença no dia a dia
Entre as dicas valiosas, uma me marcou: antes de qualquer iniciativa, pergunte ao líder empresarial “Qual problema estamos tentando resolver?”.
Aliás, esse mindset evita esforços dispersos e conecta a T&D diretamente às prioridades do negócio. Também ressaltou a importância de manter um diálogo constante com as lideranças e de priorizar iniciativas para garantir resultados consistentes.
Reflexão para o mercado brasileiro
Para o cenário brasileiro, onde muitos departamentos de T&D são pequenos ou em estruturação, a palestra de Jackson traz um caminho claro para ganhar relevância.
Ou seja, em um ambiente de recursos limitados, apostar em estratégia alinhada, governança focada e infraestrutura básica, mas eficiente, pode transformar a forma como a aprendizagem impacta resultados.
Portanto, o desafio é grande, mas o exemplo de Davi mostra que a estratégia e o foco podem derrubar qualquer gigante.