Por Fala T&D, direto da ATD 2025 | Washington, EUA
O que podemos aprender sobre desenvolvimento e liderança a partir das cidades que moldam o presente e projetam o futuro?
Washington, D.C., sede da ATD 2025, não é apenas o epicentro político dos Estados Unidos, mas um símbolo vivo de luta, inovação e evolução contínua – princípios centrais para qualquer área de Treinamento e Desenvolvimento. Assim como ela, outras cidades no mundo – de São Paulo a Singapura, de Kigali a Dubai – também nos provocam a refletir sobre como os territórios contam histórias que podem transformar organizações, lideranças e culturas de aprendizagem.
Fundada em 1790, Washington foi cuidadosamente planejada para ser a capital federal, um espaço que simboliza democracia, liberdade e governança. Desde a construção do Capitólio até a imponente Casa Branca, a cidade é um testemunho da visão de lideranças que buscaram construir um país baseado em ideais claros, mesmo diante de desafios complexos e crises históricas.
Washington foi palco de eventos decisivos que moldaram não apenas a história americana, mas que reverberam no mundo inteiro.

Um dos mais emblemáticos foi a Marcha sobre Washington por Empregos e Liberdade, em 28 de agosto de 1963.
Cerca de 250 mil pessoas se reuniram pacificamente no Lincoln Memorial pedindo fim da segregação e direitos civis plenos. Foi ali que Martin Luther King Jr. fez o famoso discurso “I Have a Dream”, um apelo por igualdade e justiça para gerações.
Essa marcha inspira até hoje movimentos globais por diversidade, equidade e inclusão, essenciais para liderança e T&D eficazes. Essa coragem coletiva mostra que valorizar todas as vozes é um desafio constante e fonte vital de inovação e crescimento.
Washington é uma cidade que respira inovação.
Os Estados Unidos são berço de grandes pensadores e líderes em desenvolvimento humano, aprendizagem e gestão. Peter Drucker, John Dewey e Daniel Goleman influenciam o desenvolvimento organizacional com inovação e inteligência emocional.

O país segue sendo um polo de inovação educacional e tecnológica, impulsionando tendências que impactam o T&D globalmente, desde metodologias ágeis até o uso de inteligência artificial para personalização do aprendizado.
Mas Washington não está sozinha nessa missão. O mapa do desenvolvimento também se redesenha em outras latitudes.
São Paulo, onde fica a Bravend (que está na ATD 2025), metrópole multifacetada e motor econômico da América Latina, é uma cidade que ensina diariamente sobre resiliência, reinvenção e liderança em meio à complexidade. Com 12 milhões de habitantes, a maior cidade do Brasil é um laboratório de transformação urbana, social e organizacional.
A cidade acolheu migrantes de várias culturas, criando um mosaico que desafia convivência rígida e fomenta soluções coletivas. Essa pluralidade moldou uma cultura de trabalho intenso, criatividade aplicada e colaboração informal, que se reflete tanto no setor produtivo quanto no universo da inovação social e educacional.
Nos contextos de T&D, São Paulo nos mostra que a aprendizagem precisa ser pragmática, inclusiva e adaptável, capaz de dialogar com diferentes públicos, contextos e realidades. Liderar nesta cidade significa lidar com a escassez e a abundância ao mesmo tempo; com o caos criativo e com a urgência de soluções estruturadas; com a informalidade que cria vínculos e com a formalidade que exige excelência.
Singapura é exemplo de aprendizagem
Do outro lado do mundo, Singapura desponta como uma referência em planejamento estratégico e educação. Pequena em território, mas gigantesca em ambição, a cidade-estado asiática investiu fortemente em capital humano como caminho para superar limitações geográficas. Hoje, é líder em políticas públicas voltadas à aprendizagem, com programas como o “SkillsFuture”, que financia a formação contínua dos cidadãos. A lição de Singapura? Aprender é política de Estado, e não apenas ação individual.
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Kigali ensina como reconstruir e transformar
Na África, Kigali, capital de Ruanda, é um exemplo marcante de reconstrução e transformação. Após o genocídio de 1994, a cidade passou por um processo profundo de reconciliação e desenvolvimento, apostando em educação, inovação digital e políticas públicas sustentáveis. Kigali nos ensina que o desenvolvimento só é possível quando se cura o passado e se aposta no futuro – com inclusão, justiça e visão sistêmica.
Dubai é símbolo de inovação urbana
No Oriente Médio, Dubai se tornou um ícone da inovação urbana, tecnológica e empresarial. Então, em poucas décadas, transformou-se de uma vila de pescadores em um dos centros financeiros e logísticos mais relevantes do planeta. Com projetos de educação avançada, smart cities e liderança focada em transformação digital, Dubai nos mostra que liderança visionária e coragem para romper com o passado são elementos essenciais para criar paradigmas de desenvolvimento.
Refletir sobre os lugares que habitamos é mais do que observar um espaço geográfico – é conectar-se com narrativas de coragem, visão e transformação contínua. São essas histórias que funcionam como bússolas, apontando para o que o desenvolvimento pode – e precisa – ser em escala global. As cidades nos desafiam a enxergar a liderança não apenas como exercício de poder, mas como prática de serviço à comunidade, capaz de promover o desenvolvimento humano e organizacional em sua plenitude.
Para profissionais de T&D, construir culturas de aprendizagem que sejam inclusivas, flexíveis e inovadoras é uma tarefa urgente e estratégica. Portanto, inspirar-se na história e singularidades dos territórios é convite para repensar práticas, abraçar diversidade e fomentar crescimento.
Então, se o mundo é um grande mapa de experiências, cada cidade representa um ponto de aprendizado – uma lição viva de liderança e evolução. Por fim, a ATD 2025 em Washington é mais que um evento; é chance de aprender com os lugares sobre o futuro do desenvolvimento humano
Aliás, e você? Destacaria mais alguma cidade?