Por Fala T&D, direto da ATD 2025 | Washington, EUA
Você já perguntou a um líder se ele é autoconsciente? 90% vão responder que sim. A ciência, porém, mostra outra realidade: apenas 10 a 15% realmente são.
Essa estatística, provocadora e incômoda, foi um dos pontos centrais da palestra de William Arruda, especialista global em personal branding, durante a ATD 2025. Ao abordar o tema da liderança autêntica em tempos híbridos, acelerados e emocionalmente desgastantes, Arruda colocou a autoconsciência no centro da transformação.

“A maioria dos programas de T&D ainda opera sem dedicar tempo suficiente ao desenvolvimento da autoconsciência dos líderes. Isso acontece porque se pressupõe que, por a pessoa ser ela mesma a vida toda, já deveria saber sobre si”, alertou.
A nova urgência de líderes autoconscientes
Na manhã do dia 18 de maio, na palestra “Authentic Leadership: Building Trust and Engagement in Today’s Workplace”, Arruda lançou um convite claro: repensar como formamos líderes autoconscientes diante de um cenário onde pressão emocional, complexidade cultural e desengajamento são rotina.
Para ele, a liderança autêntica nasce de três movimentos fundamentais: Know, Show and Grow — ou seja, conhecer quem você é, mostrar isso com consistência e crescer continuamente a partir dessa identidade porém tomando um cuidado: “Autenticidade sem empatia é egoísmo”, destacou.
Personal Branding: Da Imagem ao Impacto
Entre os conceitos-chave trazidos por Arruda, o personal branding ganhou destaque. Não como ferramenta de autopromoção, mas como instrumento de clareza identitária. “O líder – autoconsciente – precisa ser interessado em saber o que pensam sobre ele. Só assim é possível construir uma marca pessoal de forma coerente”, afirmou.
Sendo assim, essa abertura ao feedback — e não apenas à autoimagem — é o que diferencia a autenticidade da fantasia de controle.
Então, o recado para profissionais de T&D é direto: formar líderes genuínos exige mais do que trilhas técnicas. Requer criar espaços de escuta, vulnerabilidade e desenvolvimento de propósito. E isso começa pelo interior de quem lidera.
Como recado final, Arruda reforça que “líderes autênticos são contadores de histórias incríveis e que para fazer isso bem é preciso ser autêntico”, finaliza.