Por Fala T&D, direto da ATD 2025 | Washington, EUA
Microlearning virou buzzword. Mas será que ele entrega mesmo resultado?
Na sessão liderada por Mike Martin na ATD 2025, a resposta veio com nuance: sim, microlearning funciona — mas não sozinho. E principalmente não para tudo.
“É ótimo quando há uma dor clara, um conteúdo prático e uma aplicação imediata. Mas não resolve mudança de comportamento nem o desenvolvimento de habilidades complexas”, reforçou Martin.
O segredo está na combinação. Microlearning tem seu lugar — principalmente em reforço de conhecimento e onboarding rápido. Mas quando o objetivo é transformar a forma como as pessoas vendem, escutam, negociam ou lideram, é preciso algo maior.
É aí que entra a IA: como aliada estratégica, e não como substituta do humano.

Três movimentos se destacaram na sessão:
- Diagnóstico claro da dor do negócio
Martin provocou com um exemplo direto: “E se você pudesse reduzir em 20% o tempo de rampagem dos novos vendedores?” Essa pergunta guia a criação de uma estratégia realista e mensurável — que vai além do modismo e conecta T&D com o core do negócio. - Estrutura híbrida de desenvolvimento
A solução não está em escolher entre microlearning ou coaching, mas em integrar. IA entra com simulações, feedbacks personalizados e trilhas adaptadas. Microlearning entra com reforço pontual. O humano entra com escuta, contexto e transformação. - Continuidade e retenção
Segundo os dados apresentados, ações de aprendizagem contínuas aumentam em até 25% a aplicação prática do conteúdo. Repetição espaçada, reforço ao longo do tempo e momentos de prática real fazem a diferença.
O futuro já está batendo à porta: até 2027, segundo a Gartner, 70% das empresas usarão IA em suas estratégias de desenvolvimento.
Mas, como lembrou Martin, a tecnologia só faz sentido quando parte de uma pergunta simples: qual dor real estamos tentando resolver?
Para o mercado brasileiro, esse insight é ouro. Em um cenário de alta rotatividade, metas agressivas e necessidade de escala com qualidade, unir microlearning e IA com intenção estratégica pode ser o diferencial entre treinar e, de fato, desenvolver.
A provocação final ficou no ar: Sua estratégia de T&D acelera performance — ou apenas entrega conteúdo?