Com humor, irreverência e uma análise profunda, Branca Barão usou a figura inusitada de dois “mestres” para provocar o público: Malcolm Knowles (pai da andragogia) e Zhang Yiming (fundador do TikTok).
A partir desse encontro improvável, ela mostrou como o T&D pode e deve aprender com a lógica das redes sociais e com os pilares da aprendizagem adulta para manter a atenção e gerar engajamento real.
“Não é só sobre o que a empresa precisa que as pessoas aprendam. É sobre o que elas querem aprender para chegar onde desejam. A gente precisa unir necessidade com vontade.”

Sendo assim, Branca defende que o T&D precisa se tornar o “algoritmo da aprendizagem”, antecipando desejos, personalizando o conteúdo e criando experiências curtas, intensas e significativas.
Assim como o TikTok entrega mais do que você pede, o T&D precisa entregar mais do que o colaborador espera e, de preferência, em menos de 1 minuto.
TikTok e Andragogia: uma lógica comum para o T&D
Branca mapeou os paralelos entre os pilares do TikTok e os princípios da andragogia:
- Ágil: vídeos curtos, que nos primeiros segundos já capturam a atenção, assim como a formação de adultos deve ser. Se não engaja rápido, a mente “pula para o próximo feed”.
Colaborativo: as redes incentivam respostas, comentários, remixagens. Então, o adulto também aprende com o outro, traz repertório e história.
- Criativo: cada usuário quer imprimir sua identidade no conteúdo. Ou seja, o adulto quer personalizar, contextualizar, ver sentido.
- Autodirigido: ninguém quer ser ensinado à força. Aliás, o TikTok mostra o que você quer ver; o T&D deve ensinar respeitando o ritmo e o interesse do aprendiz.
“Adulto não aprende com imposição. Aprende quando reconhece o valor do que está aprendendo. E mais: quando escolhe.”
Quer aprender? Comece pelo desejo
Em um dos momentos mais impactantes, Branca conduziu um exercício coletivo no estilo “Supermarket”, convidando o público a responder: o que você quer?
Durante 20 segundos, cada pessoa deveria dizer tudo o que deseja, sem filtros, sem julgamentos. Mas qual o objetivo? Conectar mente e coração para mostrar que o desejo é motor da aprendizagem.
“A gente não quer aprender conteúdo. A gente quer aprender o que for necessário para viver uma vida melhor.”
Então, o T&D que ignora o desejo do colaborador está fadado ao esquecimento. Portanto, o que move a atenção é a emoção. Mas, se a formação não gera esse movimento interno, ela é só mais uma tarefa na agenda.