Com uma fala corajosa e emocionante, Ines Cozzo abriu sua palestra com um exemplo pessoal de erro cometido em 1997, que envolvia o uso inadequado da expressão “síndrome de Down” em um encontro com diretores da Embraer.
Então, em vez de ocultar o erro, ela compartilhou a experiência com toda a sua rede para garantir que ninguém mais repetisse a mesma falha. E isso, segundo ela, é tornar um erro útil.
“Quando a gente compartilha o erro, ele deixa de ser fraqueza e vira legado. Não há aprendizagem real sem a coragem de assumir que errou.”
Ines Cozzo fala sobre neurociência, erro e aprendizagem

Ines explicou como o cérebro humano trabalha com o modelo TOTS (testa, opera, testa, sai), operando 24 horas por dia para corrigir falhas sem julgamento.
Aliás, segundo ela, se o cérebro não julga o erro, por que insistimos em tratá-lo como fracasso definitivo?
“O erro só é erro se você se recusa a aprender com ele. Caso contrário, ele vira atualização.”
Além disso, ela desmistificou o sistema educacional tradicional, que valoriza provas pontuais, classificatórias e punitivas, e propôs que a verdadeira aprendizagem acontece entre uma prova e outra, quando há reflexão, repetição e mudança.
Errar é humano, compartilhar é transformador
Ao final, Ines propôs uma nova forma de encarar o erro: não como falha moral, mas como oportunidade de expansão. Se o erro for fruto de falta de informação, basta mudar. Portanto, se for de caráter, a mudança não virá. E é essa distinção que o T&D precisa ajudar as pessoas a fazer.
“O melhor antídoto para o erro é a consciência. E o melhor ambiente para isso é o da segurança para falar sobre ele.”