5 ideias que transformaram o T&D em 2024 – e ainda desafiam líderes em 2025

No CBTD 2025, fomos contemplados com uma plenária composta pelo TOP5 de 2024 que falou: ainda somos desafiados

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Índice

No CBTD 2025, os 5 palestrantes mais bem avaliados da edição anterior (TOP5) voltaram ao palco para compartilhar as ideias que mais provocaram, engajaram e impactaram.

Reunimos aqui os aprendizados mais poderosos — daqueles que não apenas inspiram, mas desafiam o T&D a assumir um novo patamar de influência dentro das organizações.

  1. T&D em tempos de TikTok – Branca Barão – TOP5 no CBTD de 2024,

 “Seja o algoritmo da sua empresa”  

Branca propõe uma provocação certeira: em tempos de TikTok, como manter essência e profundidade sem perder velocidade? A resposta está em entender o que as pessoas querem aprender — e oferecer exatamente isso, como faz o algoritmo das redes.

Sendo assim, imagine uma conversa improvável. 

Branca Barão, TOp5 CBTD, na edição de 2025
Branca Barão, TOP5 CBTD, na edição de 2025

Aliás, Malcolm Knowles, o pensador que ensinou o mundo a respeitar a autonomia dos adultos na hora de aprender, trocando ideias com Zhang Yiming, criador do TikTok — a plataforma que sequestra a atenção e entrega, em segundos, o que as pessoas nem sabiam que queriam.

Então, no centro da conversa, Branca Barão, conectando os dois mundos. De um lado, a sabedoria da andragogia: adultos aprendem melhor quando motivados, envolvidos, guiados pela própria curiosidade.

Do outro, os pilares da era digital: agilidade, personalização, recompensas imediatas, experiência audiovisual. 

Portanto, se queremos que adultos aprendam, precisamos parar de insistir em formatos que tratam todos como iguais — e começar a agir como algoritmos humanos: oferecendo o que é desejado, no formato certo, no momento exato. 

“As pessoas não querem aprender. Elas querem viver melhor. Cabe ao T&D entregar essa promessa em experiências curtas, significativas e cheias de propósito.” 
 

  1. Errei e agora!? – Ines Cozzo

     

“Errar é neurociência, não falha de caráter” 

Com sensibilidade e potência, Ines, TOP5 de 2024, abordou o erro como ele realmente é: parte essencial do processo de aprendizagem. Com isso, ela traz à tona a neurofisiologia do erro, explicando que nosso cérebro armazena falhas para gerar correções — sem julgamento, apenas adaptação. 

Sua fala começa com uma história pessoal, daquelas que muitos esconderiam — um erro cometido numa palestra na EMBRAER, anos atrás, que rendeu críticas duras. Mas, em vez de silenciar ou justificar, Ines respondeu com vulnerabilidade e aprendizado. Aliás, ali entendeu: o erro só ensina quando é acolhido. 

“Temos áreas no cérebro especializadas em guardar os erros que cometemos – e nenhuma delas está ligada à vergonha. São áreas ligadas à repetição, correção e adaptação.” 

TOp5 CBTD - Ines Cozzo na edição de 2025
TOP5 CBTD – Ines Cozzo na edição de 2025

Na plateia, ao som delicado de Anavitória, todos foram convidados a lembrar de um erro que ainda pesa. Mas, o clima mudou. Silêncio, introspecção. E, depois, alívio.

Ines mostrou que a forma como nos ensinaram a lidar com erros (punitiva, classificatória, escolarizada) é o que nos desconecta do aprendizado real. 

Então, ela apresenta o modelo T.O.T.S. (Testa – Opera – Testa – Sai), da PNL, como a lógica natural do cérebro: tentamos, erramos, ajustamos, acertamos. 

“Na vida, errar não é fracassar. É ensaiar para fazer melhor.” 

  1. NR1 e os EPIs da saúde mental – Izabella Camargo – TOP5 CBTD 2024

“Proteger a mente não é opcional. É uma norma que já chegou.” 

Izabella Camargo subiu ao palco — grávida de 37 semanas, barriga à mostra como um lembrete vivo de que cuidar é preparar o futuro. E começou com uma cena que todo mundo já viu, mas poucos param pra pensar:

  • Passageiros fumando em aviões. Antigamente, era normal. Hoje, é impensável.
  • Assim como já foi normal ter pés acorrentados, crianças trabalhando em fábricas ou operários sem capacete em canteiro de obra. 
TOP5 CBTD - Izabella Camargo fala sobre saúde mental
TOP5 CBTD – Izabella Camargo fala sobre saúde mental

“Se tudo isso já foi normal — e deixou de ser — por que ainda tratamos saúde mental como se fosse luxo?” 

A provocação de Izabella Camargo, TOP5 na edição de 2024 do CBTD, é simples: o trabalho mudou, mas a mentalidade de proteção ainda não. Foi só na década de 70 que os EPIs físicos se tornaram obrigatórios.

Coincidência ou não, o mesmo ano em que o Brasil virou tricampeão mundial — e também campeão de adoecimento laboral, segundo a OIT.

Daí nasceu a NR1, Norma Regulamentadora que, hoje, amplia o conceito de risco para além do físico: inclui os riscos psicossociais — assédio, bullying, carga excessiva, ambiente tóxico. 

De forma didática, ela pontua: 

NR1 é o conjunto de diretrizes que obriga as empresas a mapear, medir e agir sobre os riscos à saúde física e mental de seus trabalhadores. 

Hoje, transtornos mentais já são a terceira maior causa de afastamento do trabalho no país. Mas números não mudam nada sozinhos. “Não tenham medo dos dados. Tenham medo de ignorá-los.” 

Para Izabella, saúde mental não precisa de definição da OMS, ela tem sua própria: “É a capacidade de lidar com os imprevistos do dia a dia sem colapsar emocionalmente.” 

A cultura do trabalho precisa passar pela mesma revisão que um dia baniram o cigarro em voos. Não é mais sobre opinião. É sobre responsabilidade. 

Se T&D quer ser estratégico, precisa participar dessa virada. Criar espaços emocionalmente seguros não é só papel do RH — é um novo padrão de gestão. 

A NR1 é um lembrete para parar de empurrar o tema com a barriga (com o perdão do trocadilho). Porque, assim como ninguém volta a fumar dentro de um avião, cuidar da mente não é mais modismo — é a nova regra. 

  1. O papel da Liderança na construção de ambientes saudáveis Julia Ganzanti

     

 “Suas fraquezas são as sombras das suas maiores fortalezas.” 

Julia Ganzanti, TOP5 de 2024, começou sua fala de um jeito incômodo: “Como o líder está se sentindo hoje?” 

A resposta ecoa: exausto, pressionado, sozinho. O “mantra da liderança” é que precisa dar resultado e cuidar de gente. Mas, ele vê uma equipe cansada — muitas vezes rotulada de “mimizenta”. Ele fala de metas, de prazos, de cobrança. 

Julia Ganzanti, CBTD25, Top5
Julia Ganzanti no CBTD 2025.

Julia expôs esse dilema: a liderança é empurrada para ser super-herói empresarial, forte, incansável, resoluto. Aliás, geralmente são da geração X e Y, treinadas para engolir o choro, encobrir as dores, empilhar metas. Mas ninguém ensina que a armadura também pesa. 

“A pressão por resultados, metas inatingíveis, mudanças constantes — tudo isso adoece times. E adoece líderes também.” 

A pesquisa do Workforce Institute revela o tamanho dessa bomba-relógio:

  • 69% da saúde mental dos colaboradores é diretamente impactada pelos seus gestores;
  • E se o líder não está bem, o time também não vai estar. 

Julia faz uma provocação: treinamentos de segurança psicológica não mudam cultura sozinhos. Segurança psicológica é risco pessoal: é o líder estar pronto para ser humano primeiro, chefe depois. 

Ela resgata Amy Edmondson: equipes de alta performance erram mais, justamente porque têm liberdade para tentar. Portanto, essa liberdade só existe onde o ambiente é seguro — não seguro por decreto, mas seguro na prática, todos os dias. 

“Não adianta cobrar cultura de confiança se o líder não consegue confiar nem em si mesmo.” 

Mas qual o ponto de virada? Autorresponsabilidade e Vulnerabilidade. Não como discurso de LinkedIn, mas como coragem para reconhecer erros, abrir diálogo, pedir ajuda. Afinal, se o líder joga toda a culpa no time, a conta não fecha. 

E Julia fecha com uma lembrança que rasga qualquer mito de perfeição: 

“Suas fraquezas são as sombras das suas próprias fortalezas. Se quiser ambientes saudáveis, comece por dentro.” 

  1. Inteligência Aplicada: como desbloquear a sua potência – Vânia Ferrari

Com humor e contundência, Vânia Ferrari não desperdiçou tempo com slides bonitos. Começou com uma frase que fez a plateia rir — e pensar: 

“O cérebro é uma coisa tão maravilhosa… que todos deveriam ter um.” 

Seu convite não era para decorar citações de filósofos ou pendurar diploma na parede. Portanto, era para usar o cérebro como ele foi projetado: para resolver problemas difíceis, apesar das barreiras que o mundo impõe. 

Vânia Ferrari,no CBTD 2025
Vânia Ferrari na plenário de abertura do CBTD 2025

Para isso, Vânia trouxe ciência de forma prática: 

  • Plasticidade: a capacidade do cérebro de mudar a si mesmo. 
  • Neurogênese: a habilidade de gerar novos neurônios, sempre que nos desafiamos com questões complexas. 

“Espere pacientemente pelos problemas, porque eles virão. E quando vierem, pegue o problema pelo rabo.” 

Simples — direto — e verdadeiro. Problemas não paralisam inteligência. Alimentam. Mas só quando mudamos a atitude de enfrentá-los. A receita? Misturar cérebro, mente, atitude, resultado. 

E não deixar que a emoção seja terceirizada. “Ninguém te abala se você não quiser ser abalado.” 

Ela provocou o público de T&D a parar de responder e-mails sem contexto: antes de criar uma trilha, entenda o problema real. “Seu cliente interno é quem define sua promoção — ou sua demissão. Você entende o cérebro dele?” Mas, qual meta aquela área precisa atingir? Qual gargalo do time? O que de fato muda comportamento? 

“Seu cérebro é fixo ou resiliente? Se é resiliente, mexa-se — literalmente. Aprenda coisas novas. Relaxe. E, principalmente: conecte-se.” 

Vânia encerrou lembrando que inteligência não é um adereço de currículo. Por fim, é uma prática viva, neurofisiológica. É uma escolha: resolver, melhorar, controlar. Seu cérebro é resiliente. Sua área de T&D também pode ser.” 

 

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